5.12.11
Na agulha
Com que arma se mata o tempo?
Será que a sorte vem?
Mato e morro tentando chegar
Meus receios vem pra desarmar
O tempo se mata morrendo também
há quem conte o tempo e morre contando
há quem foge do tempo e morre fugindo
há quem perde o tempo e morre perdendo
há quem ganha tempo e morre perdendo
há quem...
Cada célula que morre afogada no álcool, no éter, na água, no ar, no nada
viveu pra chegar ao fim
pra ser e brilhar
porque tudo que empalha tem o valor das pinturas
inerte o mito se forma
E soberana é a vontade de quem vive pra morrer
é a verdade que o tempo faz conhecer
Luna Pla♀ha
5.11.11
Ciclos
Hoje acordei com os sonhos à flor da pele
Com vontade de mudança, de fazer o novo acontecer
Já dizia meu mestre pré-socrático tudo é movmento
A inércia nunca me pertenceu, mesmo quando tomada pelo ócio criar é meu prazer
Da vida sei pouco, cada dia descubro algo e redescubro outras coisas que pensava saber
Espanto e admiração
Luna Pla♀ha
1.11.11
Rotina
13.10.11
7.10.11
Apatia
Saudade da chuva, do sal, do mal tempo
Saudade do cheiro, do rosto, do vento
O branco me assombra
Gosto das sombras
O claro escurece minhas idéias
O escuro apaga minha aflição
E o gelo tem cor de quê?
Com as luzes acesas me escondo
Não sou
É no breu que minhas máscaras ficam no chão
E a carne tem cor de quê?
Cravo as unhas nas costas porque vermelho me agrada mais que marrom
Rasgo a cutis porque dor é melhor que nada
Luna Pla♀ha
18.9.11
No escuro
Gosto de sal nos lábios
Olhos vermelhos
E quando a noite me cobre
eu tenho que me olhar
Tudo escuro e quieto
O mundo dentro de mim passa a gritar
Os olhos viram mar
Solidão, eu não tenho lar
Me encosto onde a bondade alheia permite
Me deito onde a vaidade do outro deixa
Faço de alguns braços um pedaço de quarto
Me deito, aconchego, mas sei
Nada, nada é meu
Não tô buscando um pedaço de céu
Não me importa a aparência
Faço pros outros o que quero pra mim
Digna de pena?
Jamais
Luna Pla♀ha
10.9.11
Memória
18.8.11
15.8.11
Surdez
No escuro as palavras tem mais sentido
Sem expressão corporal
Sem leitura labial
No escuro eu me permito
O que eu vejo é o que todo mundo vê
O que eu falo nem sempre dá pra entender
Mas o que ouço só eu consigo escutar
As ondas chegam mansas dão trabalho pro ouvido
E quando invadem o cérebro
Todas as mensagens é ele que vai decodificar
Ouço como ninguém
O tempo, este ser esquisito, que ora quer ser meu amigo
E depois vem me desafiar
Aos poucos está roubando a função dos meus ouvidos
As ondas pouco intensas passam sem notar
Gosto do escuro
Mas o silêncio me apavora.
Luna Pla♀ha
10.8.11
Greenwich
Quem é vivo sempre aparece
e desaparece
As vezes me assusto com os mortos que me assombram
Levando a carcaça, coloco este conjunto de ossos pra se locomover
Fêmur, patela, tíbia, tarso, metatarso - todos querendo me levar
E eu vou...
Enquanto me locomovo o mundo se move em rotação e translação
Eu me atraso, me confundo, me perco nos fusos
As linhas imaginárias que dividem meu dia, não me divide
E não sei me guiar pelos meridianos
Meu relógio está sempre num lugar que não esse
Nas ruas o sorriso estampado no rosto diz pouco do que sou
No Refluxo eu reflito as relações
Amo e engulo, mastigo,
Sofro, fico em dúvida, me entristeço, vomito, não quero mais
E depois já estou colocando tudo goela abaixo outra vez
E meu ciclo cicardiano, cadê?
A beleza mais importante é a que não se vê
Ontem fui a pessoa mais bonita que poderia ser
Conservava o viço da bondade.
Cada fração de tempo que eu posso me reencontrar com a figura que fui e amei
é uma chance de florescer o que há de melhor em mim.
Luna Pla♀ha
8.8.11
Em casa...
'Enquanto você dormia' observei
já fiz um texto
'pra quando você partir...'
Há todo momento penso - o que houve?
Eu tão fria, insensível e
'Ele mexe comigo'
Já faz algum tempo
lembro como se fosse agora
meu guia de recomendações:
'Vide Bula'
e a dona das regras foi quem primeiro se perdeu
Do que mais gosto no meu canto?
É que é o único lugar no mundo que é realmente meu
Se alguém me manda embora, é pra lá que eu vou
Se algo me mete medo, me apavora, é la que eu fico
Se eu quero estar completa, é lá que estou
Um lugar só meu, um canto que não existe
Mas que habito.
Luna Pla♀ha
2.8.11
(Des)Atual
Meu blog está tão desatualizado
Que tristeza...
O que acontece - pouco sofrimento ou falta de inspiração?
Preguiça? Talvez
Saudade de abrir as paginas desse livro virtual e me ver
Nesse momento (acho) que tô mais pra me esconder
Porquê? Sei não
Dizem que quando você descobre uma jóia (mesmo que seja no coração)
Você não faz alarde.
Você se cala, porque quer ela só pra você
Vivo descobrindo preciosidades,
tô desfrutando de todo brilho que me pode oferecer.
Que pena, por hora - sem surpresas!
Luna Pla♀ha
18.7.11
Enquanto você dormia...
Luzes Móveis. Luzes Fixas
Noite Escura. Iluminação Artificial
Silêncio...
Velo teu sono
Seu coração agradece com batidas ininterruptas
Seu coração sob minhas mãos
No nosso canto escuro
No nosso ninho seguro
Eu to no paraíso
As luzes caminham as vezes solitárias
ora aos pares.
Vejo você sonhar
Me sinto viva
Nos ouvidos o som que canta
Se propaga em ondas de amor
Estou a seu lado, achei meu lugar
Nesse momento meu mundo é onde você está
Gosto de te ouvir
Até quando está calado
A lua redonda brilha e nos vigia
Os cães ladram.
Os carros param.
Os casais se amam
E ficamos, permanecemos.
O tempo para pra eu te olhar.
Deixo o coração me levar...
Luna Pla♀ha
13.7.11
Pre(s)Sente
Ganhei tantos presentes
Há tantos que quero
De tantas pessoas
Da vida, de deus, dos deuses, do universo
Do acaso, do destino, das circuntâncias
Alguns ainda espero
Ganhei uma máquina que
Anda, gesticula, fala, vê, ouve, pensa
E funciona
Dá defeito e eu acho graça
De um jeito bobo me ensinaram a chamar
Essa casca de corpo
Como quem brinca de pique-esconde
Aprendi a conhecer
Meu primeiro estágio: 'o paladar'
Eu via o mundo, as pessoas, as coisas e queria provar
Até hoje só penso em devorar
Como quem pressente o fim dos seu presente
E sente que tudo vai acabar
Eu como, mastigo, engulo, ingiro, degluto, devoro
...
Luna Pla♀ha
6.7.11
Pra quando você partir...
Me distraí, meus passos alinhados se perderam. Eu tenho as rédeas e decidi arriscar. Tantas coisas foram ditas, tolices. Arrisquei, "você vai se apaixonar". No reflexo um riso em tom de sarcasmo. E o caçador virou caça. Vovó já dizia 'onde há fogo, há fumaça'. As noites sem graça, cinza, no preto e branco ganharam vida, um novo colorido. E como quem aprende a andar, eu aprendi a rir e voltei a sonhar. Minha vida cheia de aventuras provou o gosto do carinho. E eu gostei de não estar só. Entrei na caverna, vi sombras e quis estar ali. Sei que lá fora o sol irradia e o mundo não é imitação, mas quis provar o gosto da arte, quis ser parte de um mundo (in)comum. As rosas tem perfume, toque suave e espinhos. Tenho medo de me ferir, mas não posso deixar de sentir o perfume e o toque mais perfeito que os sentidos já provaram. Tudo é ciclo, os ciclos se fecham, as coisas terminam, definham, acabam e mesmo assim podem ser divinas. Meu medo não é ficar só, estar só, isso é tudo que conheço, meu medo é a vida que começo a traçar. Quando meu caminho não estiver mais junto ao seu, seja por motivo qualquer, e uma ponta de tristeza querer me tomar, fico bem se tiver um sorriso na sua face. Fico bem se você ficar. A vida anda tão confusa, tão estranha que resolvi escrever em prosa. Acordo na madrugada pensando em você e em tudo o que não fizemos. Penso se é certo continuar, chego a nenhuma conclusão. O que sei é 'não estou numa disputa pelo teu coração'. Espero te ver seguir o melhor caminho, mesmo que não te traga pra mim. Cada um sabe o que é bom pra si, e se não sabe a vida dá um jeito de mostrar. Eu não saberia dizer ao certo as coisas que quero, mas sei o que não pode ser. Do passado, esse baú lacrado, sei dizer apenas que me preparou pro agora, me preparou pra você e todos a minha volta. Do presente, 'meu presente', sei dizer que desfruto sem reservas. Do futuro, essa caixa de Pandora, sei dizer apenas que me trará boas surpresas.
Luna Pla♀ha
29.6.11
Félicitations
Uma estrela brilha no céu da França
A saudade arde num peito brasileiro
Num hemisfério de estações tão definidas
O verão aquece o corpo, mas não chega ao coração
Os amigos, minhas centelhas de vida
Espalhados pelo mundo, me recordo a todo instante
Me lembro das tardes, dos poemas, das celebrações
Das festas, dos cliques, das velas imaginárias
Dos dramas, das crises, dos seminários
Cada idéia plantada com meus amigos
Germinava, crescia e se fortalecia nos laços invisíveis
Tudo era motivo pra sonhar
E sonhamos não nos separar
Quando as pálpebras caem por sobre a íris
E a luz se apaga
Quando a alma se aquieta
O silencio a toma
Tenho a certeza de que estamos juntos
Abraçados, de mãos dadas
Nos impulsionamos, não nos permitimos desistir
É um elo que não se parte, não quebra, não divide
Entrelaçados, atados, amarrados.
Nossos laços transcendem o espaço físico
Nossa união não vê fronteiras
Nosso amor atravessa o oceano
Quando tudo falta
Abro os olhos e vejo vocês aqui comigo
Em tudo que sou, em casa ação minha
Minhas virtudes são parte dos meus amigos...
Parabéns Célinha, amiga querida que eu levo sempre no coração. Lembro sempre d vc com carinho de filha, amiga e irmã.
Luna Pla♀ha
27.6.11
Feixe de Luz
Papel pardo
Verde esperança
Amarelo Ouro
Laranja lima
Azul marinho
Verde Limão
Vermelho Sangue
Cinza Chumbo
Laranja Mecânica
Rosa Choque
Marrom Bombom
Violeta Africana
Ametista Lilas
Aura Negra
Danúbio Azul
Águas da Prata
Vinho Quente
Cor de pele
...
O dia tá cinza
A conta em vermelho
Na prova deu branco
Há pássaros verdes
E nuvens cor de rosa
É verde e amarelo
O preto e branco no super-8
...
De qualquer cor que te veja
Tudo fica azul
P.S. Pra um amigo "cota", a cor é a interpretação da luz vinda dos objetos.
Não impota de que cor você vê, o importante é receber minha luz.
Luna Pla♀ha
16.6.11
(Des)humano
Na terra batida, envolto em jornais numa posição fetal.
Os olhos cerrados, as mãos sobre as orelhas, a boca de encontro ao joelho
Ele se esconde do mundo e se revela pra ele
O mendigo invisível aos olhos dos transeuntes já é parte da paisagem.
Porque?
Não é mais humano, é coisa qualquer entre galhos, pedras e bitucas de cigarros.
Transita entre o natural e sintético.
Vez ou outra um olhar de repugnância lhe é lançado,
não fosse o odor denunciar sua presença seria totalmente ignorado.
O mendigo dorme, ele chora, ri, come quando pode, bebe quando tem.
O mendigo sofre, sente frio, fede, tem desejos, adoece.
O mendigo pede, divide, é solitário, se agrupa, está livre
O mendigo sonha!
Queria eu ser parte do sonho do andarilho, pois só quem tem nada, nem mesmo a dignidade que lhe foi furtada, entende o valor das coisas.
Ser humano é também se reconhecer nos olhos de seus iguais.
O mendigo acordou.
Luna Pla♀ha
15.6.11
Ele mexe comigo...
Quando os olhos te devorou
meu sossego, minha paz, meu sorriso você levou
Numa noite sem graça, entorpecente, devassa,
uma peça diferente no quebra cabeça se encaixa.
Sigo meu caminho
perdido, tranquilo, sozinho.
O sol arde, as lembranças queimam, a chuva acalma,
e os meus passos tortos de repente ganha companhia,
há pegadas ao lado.
Hoje somos vizinhos,
dividindo a fome, a sede, a vontade de vida.
Se entregando aos momentos, esgotando as possibilidades.
Viver é ver a vida se esgotar,
mas quando estamos perto é o único momento que não sinto morrer.
Luna Pla♀ha
1.6.11
TOCA RAUL
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser...
Não sei pois nasci para isso, e aquilo,
E o inguiço de tanto querer.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Humm...Estou sempre,
pensando em aparar o cabelo de alguém.
E sempre tentando mudar a direção do trem.
À noite a luz do meu quarto eu não quero apagar,
Pra que você não tropece na escada, quando chegar.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
O meu egoismo, é tão egoísta,
que o auge do meu egoismo é querer ajudar.
Mas Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser...
Não sei pois nasci para isso, e aquilo,
E o inguiço de tanto querer
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Luna Pla♀ha
31.5.11
Vide Bula
Posso causar vício
dependência
Sempre me vicio nas coisas,
nas pessoas, nas músicas.
E procuro esquecer,
desligar, desaparecer.
Me ligo ao que gosto,
e faço tudo ser parte do meu ser.
E quando me vejo nas coisas,
me afasto, desfaço.
Nem sei o porquê,
Talvez meu rosto, meu gosto, minha imagem
tatuada noutra pele me apavore.
Meu mundo escuro
conserva inocência
Quando a morte chegou
manifestou desejo
e me abraçou
Sorvi toda a vida que pude
A vida é uma brincadeira séria
Luna Pla♀ha
25.5.11
Babylon
Quero escrever um texto sobre cores,
mas só consigo pensar em 'branco'
É no branco que moram as cores
assim disse o prisma que ousou separar e refletir
E da luz o arco-íris se fez
Luna Pla♀ha
mas só consigo pensar em 'branco'
É no branco que moram as cores
assim disse o prisma que ousou separar e refletir
E da luz o arco-íris se fez
Luna Pla♀ha
29.4.11
É o fim. É ele, é sim...
Sabe aquela história de 8 ou 80?
Assim sou eu, todos os extremos
Posso te amar demasiadamente
ou nem querer olhar pra tua cara.
Sabe o que é contradição?
Posso te mostrar.
Eu quero você agora,
mas quando terminar essa frase não vou saber mais.
Sou água,
se ver uma chama,
creia - irei apagar
Não me rotule
Não me confunda
Não fique tão perto
Porque posso, quero e vou te afogar
Luna Pla♀ha
26.4.11
Oceano
Eu olhei pra lua e vi nada.
Me diverti com uma conversa fiada.
A minha volta dezenas de espelhos.
Olhei pros cantos:
Devoção.
Admiração.
Desejo.
Olhei pra baixo:
Os pés imóveis,
tristes,
quietos.
Pessoas fumando
Sorrisos perfeitos
Músculos em evidência
Frágeis aparências
O que faço aqui?
Nada a dizer? Apenas sorrir.
Meus pés se atreveram a tentar fugir.
Até gosto dos lagos,
mas não fico no raso
Meu universo é oceano.
A superfície pode ser estonteante,
mas o que se revela aos poucos faz o mergulho interessante.
Luna Pla♀ha
Me diverti com uma conversa fiada.
A minha volta dezenas de espelhos.
Olhei pros cantos:
Devoção.
Admiração.
Desejo.
Olhei pra baixo:
Os pés imóveis,
tristes,
quietos.
Pessoas fumando
Sorrisos perfeitos
Músculos em evidência
Frágeis aparências
O que faço aqui?
Nada a dizer? Apenas sorrir.
Meus pés se atreveram a tentar fugir.
Até gosto dos lagos,
mas não fico no raso
Meu universo é oceano.
A superfície pode ser estonteante,
mas o que se revela aos poucos faz o mergulho interessante.
Luna Pla♀ha
Meu amor
Meu amor se esconde
E onde?
Meu amor tem múltiplas personalidades pra poder amar cada pedaço meu.
Meu amor não quer me amar.
Já perguntei ao amor o que ele sente por mim,
e nunca é momento certo pra pensar.
Não sei se amo o meu amor,
O meu amor é grande, extenso, complexo.
Meu amor é simples, é avesso, é inverso.
Meu amor quer frutos.
Será?
Luna Pla♀ha
23.4.11
Sexta Santa
Faço diário de viagem
Sou saudosa
Gosto do gosto da lembrança
O delicioso amargo que fica das coisas que não voltam
Fechar os olhos e rememorar
Perder pequenas partes do "agora" desta forma é "presente"
Perdi o fio da meada
Meus textos, nem sempre contínuos, não me leva aos pontos
sempre me traz de algum lugar
Sem progresso, sem finalidade, sem limite
Hoje um gosto amargo invade os meus lábios
Acordei com as lembranças da sexta mais santa que vivenciei
Estar no paraíso é ficar perto dos meus amigos
Eles são o pedaço de céu que encontrei
Registramos o entardecer
E quando veio a escuridão meus grandes amores estavam próximos do meu coração
E eu tive a certeza de saber ser feliz
Minha narrativa disforme imita meus passos
Luna Pla♀ha
21.4.11
Rascunho
Cansei de tudo que me prende
Basta tudo que revolta
Cansei da falta de respeito
Basta a falta de cuidado
Minhas pernas devem me conduzir pras coisas boas
que a vida e as pessoas podem entregar.
Estou cansada de gente mesquinha
Basta de me entregar aos egoístas
Não me chamo Tereza,
não conheço a Índia e não sei direito onde fica Calcutá
Quero cuidar de mim com o mesmo carinho que dedico aos outros.
Me curei do temperamento explosivo,
me curei da total falta de noção e educação.
Não quero me encontrar mais com essa figura da qual me desvencilhei
Não quebro janelas, não atravesso paredes.
Não invado espaços.
Amo incondicionalmente algumas pessoas,
minha vida foi construída sobre o afeto,
desconheço laços sanguíneos,
meu amor não tem obrigação paternal, fraternal ou maternal.
Amo por gratidão
E sou assim despretensiosa
Meus objetivos:
viver cada experiência que a vida me proporcionar
e amar fora do cativeiro.
Escolher é necessário, ainda não sei bem das coisas que quero
mas posso definir com riqueza de detalhes tudo que abomino, tudo que desprezo
E assim faço minhas escolhas.
Aprender a dizer "não" aos outros é poder dizer "sim" pra si.
Luna Pla♀ha
5.4.11
Calminha
E ouço Zeca pra espantar o mal
Hoje quero "Alma Nova"
O medo me faz retroceder
Luna Pla♀ha
Hoje quero "Alma Nova"
"Sempre que te vejo assim
Linda, nua
E um pouco nervosa
Minha velha alma
Cria alma nova
Quer voar pela boca
Quer sair por aí...
Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...
Então ficamos
Minha alma e eu
Olhando o corpo teu
Sem entender...
Como é que a alma
Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal..."
O medo me faz retroceder
Luna Pla♀ha
22.3.11
∞
As rosas do asfalto que plantei pra enfeitar este altar particular.
Não são rosas, amarelas.
Como uma felicidade entristecida cheia de migalhas pra idolatrar.
De cima do pedestal o mundo é pequeno,
Em meio a tantas cabeças, tantas orelhas, tantas nucas - sou só mais uma
Os olhos se perdem pra não encontrar as verdades estampadas na iris.
Me perco num mundo mesquinho.
De que tamanho sou?
Que altura, que largura, que extensão posso ter?
Quem melhor pode responder?
Um espelho? Uma balança? Uma fita?
O mundo é pequeno e medido com métodos esquisitos
Sou maior que o mundo que vejo,
o céu é a medida do impossível.
Tudo que é grandioso tem que ser infinito.
Luna Pla♀ha
16.3.11
Andarilho
No piloto automático
Controle pra quê?
Pra falar de saudade
pensei em você.
O mundo segue girando,
e há um ditado que diz:
"De rotação em rotação
uma translação se faz"
Não! Não há
Acabo de criar.
O mundo dança!
Numa valsa conheci você.
Mas é no tango que somos perfeitos.
Luna Pla♀ha
14.3.11
Azul
Difícil esquecer do Azul quando se contempla o mar.
Acredito nas flores, nas folhas, no concreto, na madeira.
Difícil mesmo é crer no amor.
O ceticismo me ganha, me tenta, me atormenta.
Meu mundo plural quase sempre singular.
Não, não é amor...
é ausência, carência, presença,
busca por espaço, casa, toca, lar.
Há um dissabor por não esquecer a cor do mar...
Será possível uma noite, qualquer noite, bela noite
me ganhar?
Amor não é!
É coisa qualquer entre o inferno e o abismo,
é qualquer coisa entre o deleite e o sorriso.
Um homem vestindo um menino.
Humor sem falta,
lembranças que me tiram o sorriso.
O mar deslumbrante de que cor é?
O esquecimento me atira a seus pés.
E amo um amor que não é, que se foi e que nunca será.
Luna Pla♀ha
8.3.11
lɐʌɐuɹɐɔ
ɯıssɐ ɯɐɹɐxıǝp ǝɯ ɐıloɟ ǝp sɐıp so
ɐɔǝqɐɔ ɐʇuod ǝp
ɹɐ oɹd sɐuɹǝd ǝp
ɐɔɐssǝɹ ǝʌǝl ɐɯnu ɐpıʌloʌuǝ ɐpuıɐ
˙˙˙ɐʇ 'ɐʇuǝl 'ɐʇuǝlouos
ıɔǝnbsǝ ɐɾ ɐuıqɯoloɔ ɐ ǝ oɹɹǝıd o ǝ
ɐɥ♀ɐld ɐunl
1.3.11
"Palavras apenas, palavras pequenas, palavras momentos, palavras..."
Quando adolescente tinha um delicioso passatempo:
descobria as palavras presas no dicionário,
sua métrica, suas formas, seu desenho, seu sentido,
e fazia de seus destinos "liberdade"
as palavras jorravam em todos os lugares.
E exibia o fruto do meu brinquedo,
enquanto todas as outras meninas
com suas maquiagens e paixonites se divertiam,
me entretinha com minhas mono-di-tri-polissílabas amigas.
Foi então que aprendi a libertar as palavras
e guardá-las pra mim.
Uma liberdade condicional...
são os textos que crio,
deixo minhas companheiras livres buscarem o mundo,
mas ao alcance de minha vista pra aquietar o coração.
Houve um mestre, um "amigo da sabedoria" que afirmou:
"Penso, logo existo".
Pois bem, com licença poética permita-me a releitura:
Escrevo, logo existo".
Tirem-me tudo:
o nome, os amores, o vinho, o pão, o chão...
e continuarei indigente, amargo, sóbrio, faminto, bastardo..., mas continuarei.
Só me deixe as palavras,
amigas, companheiras e construtoras do meu viver.
Luna Pla♀ha
24.2.11
Límbico
Assim eu te penso,
com cerebelo, córtex, tronco e lobos
Assim eu te gosto,
com válvula, músculo e aorta
Apaixonada pela vida, é assim que sou
Uma nômade, viajante, de saída, é minha condição amor.
De passagem, numa dessas viagens, teus olhos me encantou.
Parei a beira mar, deixei tudo, fui viver do teu calor.
...e é fácil medir a minha pulsação
tão fácil saber que meu corpo sofre uma reação
o difícil é entender o que acontece com meu coração,
quando estou nos seus braços, no seu peito, nas suas mãos.
Como colibri cativo libertado,
sinto todos os perfumes, vôo todo o universo,
e volto sempre pra mesma flor, pro mesmo abraço.
No meu futuro apenas a certeza do incerto.
Assim eu te vejo,
com córnea, íris, retina, pupila e cristalino
Assim eu te gosto,
com veia, átrio, ventrículo, artéria e coronária
Luna Pla♀ha
17.2.11
Cronos
Por vezes neguei a realidade do tempo
O tempo que é presente no presente, foi futuro no passado, e é passado no futuro, me prende nesse regresso infinito que leva a irrealidade. O tempo não existe!
Traço riscos no nada, uma linha que foi, é e será. Conceitos, meros conceitos, mas apenas conceitos.
Minha cabeça pensante que um dia não há mais de pensar despreza as horas, os dias, os anos. Acho tolice as medidas que criamos, as prisões invisíveis que nos propomos.
Mas meu corpo, com seus hormonios enfurecidos tem uma pressa indomável.
Ser Jovem é díficil!
Minha mente e corpo vivem (real)idades distintas.
O que mais gosto na meia idade é a ausência do tempo. Estranho determinar um tempo pra falar da ausência dele. Quem vive essa fase (em geral) está sem pressa. Teve todas as experiências mal curtidas, mal vividas na juventude justamente pela pressa. Sem qualidade, só quantidade. E agora com mais idade vive para o verdadeiro prazer. Vive para viver.
Ah, como queria a obediência do corpo. Como queria saber procurar e vivenciar as melhores experiências, com calma, sem pressa.
Ser jovem é difícil, vou continuando meu caminho prisioneira de meu viço.
Luna Pla♀ha
16.2.11
Água e Sal
"Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro: este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)"
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro: este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)"
Bandeira - Zeca Baleiro
E hoje só queria um pedacinho seu...
Luna Pla♀ha
8.2.11
Solitatis
Ah Saudade!
Uma trissílaba toda linda, toda bela.
Doce meretriz na boca do poeta.
Amarga donzela no coração do apaixonado.
Palavra sonora, de grande confusão
Palavra distinta, sem tradução.
Amo a saudade,
porque não deixo só a solidão.
Luna Pla♀ha
6.2.11
Meus vícios
Minhas fases...
Minhas épocas...
estranho,
diferente.
Invento em certos momentos
vícios pra me consumir
Nunca é o bastante
O pouco não sei conduzir
O pouco não sei conduzir
E sempre me despeço
sempre me disperso
me desinteresso
Do resto,
ah, nunca soube do resto.
As pessoas, meus vídeos
minhas fotos, meus arquivos
meus sapatos, meus livros,
todos me arrebatam,
me encantam, me divinam.
E se tornam pedras preciosas
no esquecimento.
Esse é o destino de todos os meus vícios
Ser o 'não-ser'
Queria eu ser só um vício
viver o fim e não o início.
Saber o gosto de degenerar,
sumir, se perder, definhar.
Porque o fim é infinito,
torna tudo mais belo, mais digno
O último sopro tem sempre mais sentido
É uma angustia boa
Querer preencher os pulmões
Se agarrar ao último fiapo de vida
No limite a vida faz sentido.
Luna Pla♀ha
1.2.11
Lithium
Abismo,
me atiro.
Risco,
corro
Medo,
tenho
Amor,
proponho
Vida,
sonho
E se...
tamanhas possíbilidades.
Se..., se acontecer.
São duas exigências:
Liberdade/Lealdade
Luna Pla♀ha
24.1.11
ღ Borboletear
Nasci pra borboleta, juro. ღ
Ouve um dia que uma linda lagarta
resolver dar o ar de sua graça.
Tudo que fazia era observar,
e observei a vida, o mundo
as coisas, as pessoas, o mar
Tudo que eu queria era voar.
Nasci pra boboletear, juro ღ
Por muitos anos fiquei no escuro
Na segurança do casulo
Foi ali que planejei a vida
E me dei conta de que tudo estava errado
Aquele lugar era pequeno
e se tornava a cada dia mais apertado
Tudo que queria era me libertar
Nasci pra borboleta, juro ღ
Com tantas dúvidas
as paredes não suportaram
ruíram, racharam
E a luz que me cegou
hoje é minha companheira
Fui sentir a vida, o mundo
as coisas, as pessoas, o mar
Ver passou a ser tocar.
Porque...
Ah, porque nasci pra borboletear. ღ
Luna Pla♀ha
Ouve um dia que uma linda lagarta
resolver dar o ar de sua graça.
Tudo que fazia era observar,
e observei a vida, o mundo
as coisas, as pessoas, o mar
Tudo que eu queria era voar.
Nasci pra boboletear, juro ღ
Por muitos anos fiquei no escuro
Na segurança do casulo
Foi ali que planejei a vida
E me dei conta de que tudo estava errado
Aquele lugar era pequeno
e se tornava a cada dia mais apertado
Tudo que queria era me libertar
Nasci pra borboleta, juro ღ
Com tantas dúvidas
as paredes não suportaram
ruíram, racharam
E a luz que me cegou
hoje é minha companheira
Fui sentir a vida, o mundo
as coisas, as pessoas, o mar
Ver passou a ser tocar.
Porque...
Ah, porque nasci pra borboletear. ღ
Luna Pla♀ha
23.1.11
20.1.11
19.1.11
Talvez, Dom Quixote
Estou cercada de gente boa,
de boa gente.
Coração bom,
boa família.
De pés no chão,
de excelente criação.
Uma dessas pessoas se tornou minha vida.
Uma bem 'Magrela' e muito minha amiga
Adoro ouvi-la mesmo quando faz silêncio
Sua palavra é balsamo, é alimento.
A quem interesse saber de onde tiro inspiração,
de onde vem minha força e resistência,
pra seguir enfrentando o sistema.
Pra morrer de rir sem pudor, sem grandes dilemas
Há um blog mais que espetacular,
Um deleite, um presente divino pra saborear
Uma fração, uma pequena porção
Dessa menina, mulher, desse grande coração.
Luna Pla♀ha
18.1.11
Aprecie com moderação!
Entre confidencias alguém revelou
que vez ou outra escuta o que penso
nas palavras soltas e vagas
que vivem pregadas nessas páginas
Por um instante olhei com encanto
Outrora com coração aflito, aos prantos
Temendo o peso que uma palavra pode ter
Não sou exemplo de vida
Não almejei ser seguida
Tudo que eu quis foi desafogar o peito
Quando me aparece um sujeito
Dizendo que é belo o que digo ao vento
Oh meu querido,
Você, a quem considero amigo
Entenda o que lhe digo
Minhas palavras não tão minhas
também representam perigo
Se queres ouvir, ouça...
mas de leve, seja breve, bem pouquinho...
Luna Pla♀ha
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