10.8.11

Greenwich



Quem é vivo sempre aparece
e desaparece
As vezes me assusto com os mortos que me assombram
Levando a carcaça, coloco este conjunto de ossos pra se locomover
Fêmur, patela, tíbia, tarso, metatarso - todos querendo me levar
E eu vou...
Enquanto me locomovo o mundo se move em rotação e translação
Eu me atraso, me confundo, me perco nos fusos
As linhas imaginárias que dividem meu dia, não me divide
E não sei me guiar pelos meridianos
Meu relógio está sempre num lugar que não esse
Nas ruas o sorriso estampado no rosto diz pouco do que sou
No Refluxo eu reflito as relações
Amo e engulo, mastigo,
Sofro, fico em dúvida, me entristeço, vomito, não quero mais
E depois já estou colocando tudo goela abaixo outra vez
E meu ciclo cicardiano, cadê?
A beleza mais importante é a que não se vê
Ontem fui a pessoa mais bonita que poderia ser
Conservava o viço da bondade.
Cada fração de tempo que eu posso me reencontrar com a figura que fui e amei
é uma chance de florescer o que há de melhor em mim.


Luna Pla♀ha

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