29.4.11

É o fim. É ele, é sim...



Sabe aquela história de 8 ou 80?

Assim sou eu, todos os extremos

Posso te amar demasiadamente

ou nem querer olhar pra tua cara.

Sabe o que é contradição?

Posso te mostrar.

Eu quero você agora,

mas quando terminar essa frase não vou saber mais.

Sou água,

se ver uma chama,

creia - irei apagar

Não me rotule

Não me confunda

Não fique tão perto

Porque posso, quero e vou te afogar
 
 
Luna Pla♀ha

26.4.11

Oceano

Eu olhei pra lua e vi nada.

Me diverti com uma conversa fiada.

A minha volta dezenas de espelhos.

Olhei pros cantos:

Devoção.

Admiração.

Desejo.

Olhei pra baixo:

Os pés imóveis,

tristes,

quietos.

Pessoas fumando

Sorrisos perfeitos

Músculos em evidência

Frágeis aparências

O que faço aqui?

Nada a dizer? Apenas sorrir.

Meus pés se atreveram a tentar fugir.

Até gosto dos lagos,

mas não fico no raso

Meu universo é oceano.

A superfície pode ser estonteante,

mas o que se revela aos poucos faz o mergulho interessante.




Luna Pla♀ha

Meu amor


Meu amor se esconde
E onde?
Meu amor tem múltiplas personalidades pra poder amar cada pedaço meu.
Meu amor não quer me amar.
Já perguntei ao amor o que ele sente por mim,
e nunca é momento certo pra pensar.
Não sei se amo o meu amor,
O meu amor é grande, extenso, complexo.
Meu amor é simples, é avesso, é inverso.
Meu amor quer frutos.
Será?

Luna Pla♀ha

23.4.11

Sexta Santa


Faço diário de viagem

Sou saudosa

Gosto do gosto da lembrança

O delicioso amargo que fica das coisas que não voltam

Fechar os olhos e rememorar

Perder pequenas partes do "agora" desta forma é "presente"



Perdi o fio da meada

Meus textos, nem sempre contínuos, não me leva aos pontos

sempre me traz de algum lugar

Sem progresso, sem finalidade, sem limite



Hoje um gosto amargo invade os meus lábios

Acordei com as lembranças da sexta mais santa que vivenciei

Estar no paraíso é ficar perto dos meus amigos

Eles são o pedaço de céu que encontrei

Registramos o entardecer

E quando veio a escuridão meus grandes amores estavam próximos do meu coração

E eu tive a certeza de saber ser feliz



Minha narrativa disforme imita meus passos


Luna Pla♀ha

21.4.11

Rascunho


Cansei de tudo que me prende

Basta tudo que revolta

Cansei da falta de respeito

Basta a falta de cuidado



Minhas pernas devem me conduzir pras coisas boas

que a vida e as pessoas podem entregar.

Estou cansada de gente mesquinha

Basta de me entregar aos egoístas

Não me chamo Tereza,

não conheço a Índia e não sei direito onde fica Calcutá



Quero cuidar de mim com o mesmo carinho que dedico aos outros.

Me curei do temperamento explosivo,


me curei da total falta de noção e educação.


Não quero me encontrar mais com essa figura da qual me desvencilhei

Não quebro janelas, não atravesso paredes.

Não invado espaços.

Amo incondicionalmente algumas pessoas,

minha vida foi construída sobre o afeto,



desconheço laços sanguíneos,

meu amor não tem obrigação paternal, fraternal ou maternal.

Amo por gratidão

E sou assim despretensiosa

Meus objetivos:

viver cada experiência que a vida me proporcionar


e amar fora do cativeiro.

Escolher é necessário, ainda não sei bem das coisas que quero

mas posso definir com riqueza de detalhes tudo que abomino, tudo que desprezo

E assim faço minhas escolhas.

Aprender a dizer "não" aos outros é poder dizer "sim" pra si.





Luna Pla♀ha

5.4.11

Calminha

E ouço Zeca pra espantar o mal
Hoje quero "Alma Nova"

"Sempre que te vejo assim
Linda, nua
E um pouco nervosa
Minha velha alma
Cria alma nova
Quer voar pela boca
Quer sair por aí...
Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...
Então ficamos
Minha alma e eu
Olhando o corpo teu
Sem entender...
Como é que a alma
Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal..."


O medo me faz retroceder


Luna Pla♀ha