13.7.11

Pre(s)Sente


Ganhei tantos presentes
Há tantos que quero
De tantas pessoas
Da vida, de deus, dos deuses, do universo
Do acaso, do destino, das circuntâncias
Alguns ainda espero
Ganhei uma máquina que
Anda, gesticula, fala, vê, ouve, pensa
E funciona
Dá defeito e eu acho graça
De um jeito bobo me ensinaram a chamar
Essa casca de corpo
Como quem brinca de pique-esconde
Aprendi a conhecer
Meu primeiro estágio: 'o paladar'
Eu via o mundo, as pessoas, as coisas e queria provar
Até hoje só penso em devorar
Como quem pressente o fim dos seu presente
E sente que tudo vai acabar
Eu como, mastigo, engulo, ingiro, degluto, devoro

...


Luna Pla♀ha

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