4.9.08




É complicado estar apaixonado. Seus sentimentos são conturbados, sua cabeça está nas nuvens e seus pés em qualquer lado. É tão difícil, eu não queria estar apaixonado.


A autonomia que, nem sei quando, mas um dia esbravejei que conquistei e agora tinha, caiu por terra, desmoronou, perdeu-se com meu olhar desfigurado, turvo, torto, morto e no fundo amargo de quem ama e esquece que existe. Porque amar é um castigo. É viver em função da aceleração cardiaca de um terceiro, quarto ou quinto,que por vezes não lhe nota, te amarrota e poe no lixo, por essas e outras que eu digo, amar é castigo.


Se ele ri, você chora porque achou bonitinho, se adoece, você se apavora por conta do seu zelo e seu carinho, se te trai, você perdoa porque o ama mesmo quando te magoa, se te deixar você não vive porque a cada respiração dele seu pulmão permite a entrada de ar no teu organismo. Por essas e outras que digo, um organismo apaixonado vegeta, não pensa por si, é irracional, um não-ser, uma bromélia, um musgo, algo surreal.


Quando se está apaixonado, os amigos ficam de lado. A família que escolhemos, pela qual lutamos é pequena, diminuta e mesquinha perto da grandeza daquilo que o platonismo almeja. Viramos as costas, menbros, tronco e todo o resto para aqueles que decidiram estar de algum modo a nosso lado.


Com todas suas desaventuras, me questiono "_De que vale o amor?"


Verdadeiro, profundo, encrostado na rocha do coração, se apresenta, diz seu nome e alimenta com desejo e perdição. Sem amor a alma murcha, com ele se aprisiona. Das escolhas que fiz a mais acertada é o amor, os amigos que me perdoem, mas sem família um homem é só, sem amor ele é louco. Sem família um homem não tem passado, sem amor falta o futuro. Sem família eu seria o mesmo "eu", com amor sou tudo o que desejo.




Te amo Atos


Luna Pla♀ha

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