8.9.08

"1 real da sorte"

"Não tenho medo de ser a vilã da história, porque os anti-heróis são verdadeiros, escancaram o que querem e o que pensam e não surpreendem quando o que está reprimido vem à tona. A bondade é uma máscara que um dia cai. " (Luna Platha)


Hoje meu espírito melancólico não me permite contar nada engraçado:

"Minha onda de tristeza começou quando num belo dia de muito sol e pouca grana, final de mês, contenção total de gastos, eu passeava alegre e saltitante pelo centro da cidade. Sempre tive algumas crenças, para a maioria das pessoas é bobagem, tolice ou esquisitice, mas eu creio que quando uma nota (dinheiro) vem com alguma inscrição que remeta a uma mensagem divina, tenho a obrigação de guardá-la para dar sorte (veja bem, não é incentivo a depredação de patrimônio público, é símbolo de desapego das coisas materiais), caso contrário, se eu ousar pensar em gastar a grana eu ficaria dura, lisa, sem tutu, merreca, dim-dim, por exatos sete anos (período sugestivo e demasiadamente criativo). O fato é que em minha carteira residia aquele que eu chamava 1real da sorte. Ele surgiu derepente, mansinho, sem que eu notasse caiu na minha mão, vi sua cara, olhei nos seus olhos, mas tentada e curiosa fui descobrir o que havia na sua outra face. Minha querida nota não era falsa, mas tinha duas caras e na sua outra face se encontrava os dizeres: _"Galinha que acompanha pato morre afogada". Vocês devem estar se perguntando "o que de divino tem nessa mensagem para que eu não descarte essa nota como tantas outras", veja bem, mas veja muito bem, é um sinal de Deus, só poderia ser do todo poderoso, não falo do Jim Carrey, falo do cara la de cima (que a xuxa tanto cita, apesar dos boatos dizendo que ela é chegada no outro l..l), primeiro ele me enviou um sinal através de sonho, no meu pesadelo eu sofria um ataque de galinhas da Angola, gigantes e horrendas, depois minha mãe veio com um papo de fazer uma galinha caipira para o almoço de domingo, abri o jornal e na primeira página estampada a notícia "assalto na granja, levaram entre galinhas e ovos uma encubadora cheia de pintos (pinto de galinha, tá gente, falo isso para os maliciosos - Clé e Ti), ladrão que rouba ovo e galinha, é o fim da linha, mas continuando lembro-me de ter passado na frente de um outdoor e lá estava uma pata atravessando a rua com uma dezena de patinhos (não são galinha, mas se um deles fizer cocoricó me engana, fácil, fácil), depois encontrei o Léo, aquele galinha, no almoço tinha ovo frito e quando fui até uma loja de conveniências comprar um "ovomaltine" me deram de troco o 1 real que falava de quê? De quê? De galinha e de pato, agora me diz, é ou não mensagem divina? Guardei a nota sem pestanejar, um frio gelado me cortou a espinha, aquela ave desengonçada que nada faz direito, não voa, não anda, não nada, me desestabilizou e por incrível que pareça onde quer que eu passasse só ouvia falar em ovos, frangos, patos e galinhas.
Algum tempo se passou e esqueci o bendito dentro da carteira até que num outro momento de intensa dureza, quando não tinha um tostão furado, foi por sugestão de meu afaier que me encorajei e decidi gastar o precioso dinheirinho, comprei minha sobremesa naquela fatídica quinta-feira, eram 6 paçoquinhas, tão bonitas e perfeitas dentro da caixinha formavam um desenho geométrico. Esperei chegar em casa e degustei a primeira daquelas delícias, tão suave, tão gostosa, se desfazia pouco a pouco em meio a minhas glândulas salivares. Num gesto autruísta e despretencioso deixei de bom grado 3 suculentas maravilhas para meu namorado.
Entreguei-lhe o presentinho, o que outrora fora forma geométrica agora são pontos deslocado num espaço extenuante, ele recebeu, mal agradeceu e foi comendo tão depressa que não conseguia respirar. Foi falando o inaudível e eu me esforçava pra entender o incompreensível. Num certo momento da conversa ele falou mal dos deliciosos docinhos, esse meu namorado, só a cara é de anjinho, e para responder a altura eu lhe disse:"_Que é que tá dizendo, sabe o que você está fazendo? Fica quieto, pára! Você está comendo meu 1 real da sorte."
Despencamos a rir, os dois bobocas, sem entender ao certo o que estava acontecendo. O fato é que tento, mesmo quando as coincidências são tamanhas, a não me apegar a essas bobagens de azar e má sorte. Adorei ter conhecido meu querido "1 real da sorte", ele rendeu muitas paçocas e risadas contagiosas.




"Hoje meu espirito esperançoso me permite rir das desaventuras e saudar os momentos que a vida me reserva. "


Luna Pla♀ha

2 comentários:

  1. |Mui Legal essi texto, realmente algumas cousas que nos acontecem nos parecem estranhas, mas no fim deve ter algum sentido que nem sempre conseguimos decifrar. As conhecidências, os momentos perfeitos, Inacreditavel Ordem Natural das coisas.
    Continue escrevendo assim,,
    bjus p vc
    Luna Encantada

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  2. Olá Luna!!!!
    Linda sua visão romântica da vida... coincidências q levam ao divino... estou num dilema pessoal, as tais coincidências ñ me remetem mais ao divino... num sentido espiritual,q leVa à Deus mesmo, ñ consigo me fascinar mais com esse lado... só oq vale de fato é o real, oq eu posso tocar, ler, oq está documentado e isso tem me afligido um bocado... a minha questão é a seguinte: como ser filósofa e ainda acreditar nisso tudo... LIÚ...

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